Faz tempo que o Black Friday se consolidou como uma importante data para o varejo Norte Americano. É a primeira sexta-feira após o feriado de Thanks Giving (Ação de Graças). Pra quem não sabe, o Thanks Giving é aquele feriado que sempre aparece nos filmes americanos, quando as famílias se reúnem para comer um grande peru assado.
O Black Friday nos Estados Unidos é um termômetro para as lojas medirem como serão as vendas de Final de Ano. É uma data criada e divulgada para estimular o consumo off-line, com ofertas e descontos bem agressivos. Aproveitando o gancho, o varejo digital norte americano criou sua própria data: a Cyber Monday. É a segunda-feira logo após o Black Friday.
Aqui no Brasil, o Black Friday surgiu há quatro anos, como iniciativa do mercado digital. Ganhou tanta força que no ano passado várias empresas do mundo off-line aderiram, incluindo concessionárias de automóveis e agências de viagens.
Apesar de seu início tortuoso, o Black Friday brasileiro deu a volta por cima e entrou definitivamente no calendário do varejo digital brasileiro. Digo início tortuoso por conta de alguns problemas que aconteceram nos dois primeiros anos.
O primeiro foi que alguns gestores de lojas virtuais aumentaram os preços na véspera do Black Friday para que seus descontos parecessem atraentes. Pura enganação. A maioria das lojas que utilizaram essa estratégia foram rapidamente descobertas pelos comparadores de preços e caíram em desgraça nas redes sociais.
Outro problema foi o despreparo operacional para atender a curva elevada de pedidos de um dia para outro. Muitas lojas foram pegas de surpresa. Sites fora do ar, rupturas de estoque e entregas em atraso também “bombaram”.
Mas o consumidor gostou e quis mais. Entre 2011 e 2013, as vendas no Black Friday cresceram 186%. A previsão é que em 2014 sejam movimentados R$ 1,11 bilhões entre a meia noite do dia 28 de novembro e a primeira hora do dia 1 de dezembro.
As lojas virtuais estão mais preparadas para atender ao aumento dos pedidos nesse período. O prazo de entrega em São Paulo Capital, aumentou em média de seis para oito dias nesse período. É uma forma das lojas lidarem melhor com a expectativa dos consumidores.
Moda e Acessórios, categoria mais vendida no e-commerce nacional, aproveita o Black Friday para fazer troca de coleção e queimar estoques. Os comparadores de preços estão em alerta máximo para delatarem os falsos descontos. Novas marcas se juntarão à campanha.
Ainda foi possível medir o quanto do faturamento no Black Friday se sobrepõe às vendas de Natal. Ou seja, quanto das vendas do Black Friday são compras de Natal sendo antecipadas e quanto dessas vendas não teriam ocorrido caso não houvesse tais descontos.
Enquanto isso, vamos nos preparando pra aumentar as vendas, pois definitivamente o consumidor entrou nesse calendário. E você, vai ficar de fora?
Sobre o autor:
Mauricio Salvador é Mestre em Comunicação e Administração, MBA em Gestão e Estratégias, foi Executivo de Contas pelo Yahoo! Brasil e Diretor de Marketing e Vendas para América Latina na e-bit, atendendo clientes como Claro, Pernambucanas, Wal-Mart, Saraiva, Polishop, Ponto Frio e MasterCard, entre outros. Lecionou em workshops na Universidade da Califórnia. Autor dos Livros “Como abrir uma loja virtual de sucesso” e “Gerente de Ecommerce”. Professor em cursos de MBA na FIA, PROVAR e BSP. CEO da ComSchool. Consultor de e-commerce para empresas tais como Hering, Le Lis Blanc, Gradiente, Riachuelo e startups em São Francisco, Califórnia. Presidente da ABComm: Associação Brasileira de Comércio Eletrônico.
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