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It’s all about mobile

Desde que comecei a trabalhar com mobilidade, em julho de 2005, e quando o ponto alto das interações mobile era o download de ringtones monofônicos e wallpapers, ouvimos algumas expressões clássicas que tentavam, de uma certa forma, motivar os desbravadores desse mercado: “o próximo ano, será o ano do mobile…”, “mobile é o futuro…”, “mobile first..”, “mobile only…”, enfim, apenas algumas das expressões que faziam parte do dia a dia de quem, até então, ainda estava praticamente marginalizado quando o assunto era investimento em mídias digitais.

De lá pra cá muita coisa mudou, o mercado cresceu, amadureceu (ou nem tanto) e é inevitável dizer que mobile é real. Mas, a verdade é que ninguém ainda conseguiu dizer ao certo se o ano do mobile de fato já chegou ou se ainda está por vir. O que importa é que está cada vez mais claro que mobile não deve ser tratado como uma estratégia a parte, ou algum desenvolvimento pontual de serviços, campanhas ou projetos para dispositivos móveis.

E sim deve ser compreendido e integrado à maneira que empresa quer ser vista, e como ela quer se relacionar com seu consumidor, esse sim [o consumidor], está sempre em movimento. Ou seja, o conceito de “mobile marketing”, como estamos acostumados a falar, nada mais é do que marketing feito para as pessoas. Pessoas que possuem novos hábitos de vida, novas formas de consumir informação, entretenimento, produtos, etc e, por consequência desses novos hábitos, estão sempre em movimento.

Conceito definido, volto a falar sobre as expressões da moda. Nos últimos anos, com todo o crescimento dos acessos à internet móvel e, principalmente, da percepção do potencial de geração de negócio por parte das empresas, novas expressões surgiram. Dentre essas, uma me chamou a atenção e parece fazer mais sentido: “It’s all about mobile”… confesso que não me lembro quem disse e quando foi a primeira vez que ouvi , mas, essa é a expressão que tem me ajudado a explicar para meus clientes e contatos do mercado a importância de se pensar em mobile, não first, não only.. mas, pensar mobile.

Explico: passei os últimos 3,5 anos como head de mobile da Netshoes, e-commerce considerado case de sucesso em praticamente tudo que fez nos últimos anos. E com mobile não foi diferente. Por razões óbvias, não vou trazer números sobre investimento, visitas, receita e participação de mobile na empresa, mas, posso dizer que, do início de 2012 até o primeiro semestre de 2015, não houve um único mês que a participação de mobile na receita, ou nos acessos ao site não crescessem. Ou seja, os clientes e o negócio estão se tornando cada vez mais mobile.

Esse crescimento acontecia de maneira quase orgânica, como em quase todo o mercado, mas, também era suportado por uma estratégia que tratava mobile como um dos pilares para o crescimento da empresa. Isso permitia uma experiência agradável para o cliente quando precisava acessar a Netshoes, independente do canal e da plataforma usada.

Direcionado por esse crescimento, um movimento interessante está acontecendo no mercado, sobretudo empresas de e-commerce. Independente do canal de mídia/performance que você investe, a entrega vai acontecer no mobile. Vai investir em Facebook? Lembre-se que a maioria dos acessos ao Facebook no Brasil é mobile. Retargeting? Como vai funcionar sua estratégia para crossdevice? Google? Mais de 50% das buscas feitas no Brasil já são feitas por dispositivos móveis. Afiliados? Display? E-mail Marketing? Todos esses canais já sofrem grande influência desse “novo” comportamento mobile do consumidor. Ah, você é offline e vai investir só em Televisão? Não preciso nem falar que as pessoas assistem TV com o celular na mão, e não com o laptop no colo.

Entendeu porque ‘it’s all about mobile’? Não importa onde você vai investir para sua marca aparecer, o seu público, a sua audiência, os seus clientes são mobile. Necessariamente sua marca vai passar pelos dispositivos móveis deles.

Ah, e parafraseando um grande empreendedor que estrelou os comerciais da sua empresa recentemente, “e não sou eu que estou dizendo!”. Quem diz isso é o seu analytics, dá uma conferida lá.

Nesse primeiro artigo, espero que tenha conseguido mostrar um pouco sobre todo o movimento que as empresas estão fazendo, e precisam continuar fazendo, para atender ao comportamento mobile do consumidor. Mas, a conversa não pode parar por aqui. Mobile já ocupa (ou pelo menos deveria ocupar) um lugar importantíssimo na estratégia de empresas que possuem visão digital do seu negócio. E é cada vez mais importante entender que a sua participação não deve ser medida simplesmente pela análise fria dos números do analytics (sim, eles são importantíssimos, mas não são tudo), o comportamento e o momento do consumidor devem sempre ser considerados.

Para aprofundar um pouco mais sobre o tema, nos próximos artigos vou falar sobre (sempre focando em mobile): Modelo de Atribuição, Comportamento Crossdevice e a eterna dúvida: Mobile Site ou Mobile App.

Já adianto que vou citar bastante duas palavras importantíssimas que devem fazer parte do dia a dia de qualquer empresa que faz e pensa mobile: CONTEXTO e EXPECTATIVA.

Por Marcel Albuquerque* – Trabalha com mobile desde 2005 e já atuou em diversas empresas desse segmento. Foi head da estratégia mobile da Netshoes por 3 anos e meio, onde desenvolveu importantes projetos nessa área, e atualmente é Gerente de Negócios da Pontomobi, onde é responsável pela estratégia para empresas que apostam no m-commerce.

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